O tempo em que Dodô, do Bahia, ficará em recuperação de cirurgia para correção dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo é o mesmo período em que Bolívar, do Inter, ficará sem poder pisar em um campo de futebol, decidiu nesta segunda-feira o STJD. O tribunal aplicou pena inédita ao zagueiro do Inter, envolvido no choque que causou a lesão do lateral-esquerdo. Denunciado no artigo 254, que trata de jogada violenta, o capitão colorado pegou quatro jogos de gancho, mas também foi punido pelo parágrafo terceiro, que prevê a equivalência de tempo entre um atleta inativo e o suposto responsável por sua lesão.
Bolívar foi ao julgamento. Ao dar sua versão para o lance, disse que não quis machucar o adversário, alegou que foi um lance de jogo, argumentou que raras vezes foi expulso na carreira. Mas não adiantou. Os auditores não foram sensibilizados. Com isso, se não houver reviravolta na decisão, o zagueiro só deve voltar a jogar no fim do primeiro semestre de 2012.
A decisão surpreendeu o advogado Rogério Pastl, responsável pela defesa de Bolívar. O Inter entrará com recurso. Até sexta-feira, buscará efeito suspensivo, para que ele possa enfrentar o Grêmio no domingo.
O Inter tentou criar uma imagem de lealdade em torno de seu jogador. Usou depoimentos de Rodrigo Moledo, companheiro de zaga, e de um jornalista. O árbitro Paulo César Oliveira, apitador do jogo entre Inter e Bahia, também foi julgado - e absolvido. Disse que jamais viu violência nos jogos de Bolívar em que ele trabalhou, mas também afirmou que deveria ter dado o cartão vermelho para o atleta. Admitiu o erro (só deu amarelo) depois de ver o lance pela TV.
Nos dias posteriores ao jogo, Bolívar se defendeu. Chegou a dizer que Dodô foi afoito na jogada. Até telefonou para o jogador do Bahia, que declarou ter perdoado o zagueiro. Mas o STJD pensou diferente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário