terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Eike pretende injetar R$ 100 milhões em hotel na sede do Flamengo


O Flamengo votará, a princípio no próximo dia 9, uma proposta de Eike Batista para arrendamento da sua sede no Morro da Viúva. Mas o pleito pode ser adiado. O iG teve acesso à minuta do contrato que prevê, conforme antecipado no dia 28 de dezembro, o pagamento de R$ 270 mil mensais ou 2,63% do faturamento bruto do hotel a ser construído no local, com 454 quartos, por um período de 50 anos. O documento revela a previsão de investimento da empresa de Eike, a Rex, do grupo EBX, de R$ 100 milhões para um hotel que preencha os requisitos da categoria quatro estrelas. Porém, há receio entre os conselheiros.

Apesar dos números e do presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, ter se mostrado inclinado a dar parecer favorável ao contrato na última semana, o iG apurou com alguns membros do órgão que o novo parecer, bem como o divulgado em setembro, deverá exigir mais uma vez alterações no documento. Alguns pontos são vistos como armadilhas, como o prazo de seis meses para que o Flamengo negocie a saída dos moradores do local, considerado curto. Diante das contestações internas, já circula em corrente de e-mails de conselheiros um documento colhendo assinaturas para solicitar o adiamento da votação prevista para o dia 9.
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O contrato diz que o Flamengo, e não a Rex, será responsável por desembaraçar a retirada dos moradores atuais em seis meses, prazo que pode ser prorrogado, ou não, a critério da locatária por um período máximo de 18 meses. O principal entrave, já citado no contrato, é uma ação por usucapião que pesa sobre o imóvel que, segundo a minuta, hoje tem cerca de um terço dos seus 148 apartamentos (de aproximadamente 140 metros quadrados cada) ocupados. O processo na 15ª Vara Cível (número 2009.001.2345.94-1) é movido por Geílson de Souza Cunha, habitante de imóvel que já teria abrigado o ex-jogador do clube Fábio Baiano.
A empresa de Eike fará adiantamento de R$ 2 milhões para que o clube negocie a saída dos inquilinos. Porém, caso o Flamengo não tenha sucesso e a empresa resolva não prorrogar o prazo, o clube tem de devolver o montante sem atraso. Do contrário, a multa é pesada. O valor teria de ser devolvido com multa de 10%, juros moratórios de 1% ao mês e honorários advocatícios “desde já estipulados” em 10% do valor a ser executado.
IG

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