sexta-feira, 30 de novembro de 2012

BB diz que Felipão se desculpou sobre frase


O novo técnico da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, telefonou nesta quinta-feira (29) para o presidente do Banco do Brasil (BB), Aldemir Bendine, para dizer que não teve a intenção de ofender os funcionários do banco com uma declaração feita pela manhã e que provocou reação negativa entre os bancários, segundo nota divulgada pelo próprio BB.
Em entrevista nesta quinta, ao assumir oficialmente o comando da seleção, Felipão afirmou que a conquista do título em casa, em 2014, é obrigação para o Brasil e declarou: "Se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada".
Segundo o Banco do Brasil, Scolari afirmou que não teve a intenção de ofender os funcionários do Banco. “Eu estou lá é para pedir a colaboração do povo brasileiro à seleção e não pretendia ofender o pessoal do Banco do Brasil. Foi apenas uma má colocação”, disse o técnico, de acordo com a nota.
Na mesma nota, Bendine afirma que o episódio está superado. “Você vai ter aqui uma família de 120 mil pessoas que estará torcendo pelo seu trabalho, que você seja muito feliz nessa nova empreitada e que traga de volta aquela alegria que você nos deu em 2002”.
'Lamento'
Mais cedo, o Banco do Brasil afirmou que lamentava as declarações de Felipão sobre os trabalhadores do banco e afirmou que torce para que as conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pela instituição, "inspirem o trabalho da seleção".
O vôlei brasileiro se transformou nos últimos anos numa das maiores potências mundiais. Entre as principais conquistas, o esporte soma quatro medalhas de ouro olímpicas (duas no masculino e duas no feminino). O time masculino acumula ainda três títulos mundiais e nove da Liga Mundial. O feminino levou oito títulos do Grand Prix, além de três pratas em Mundiais.
"O Banco do Brasil lamenta o comentário infeliz do técnico Luiz Felipe Scolari e afirma que se orgulha por contar com 116 mil funcionários que todos os dias vestem a camisa do Banco, com as cores do Brasil, e trabalham com dedicação e compromisso para atender com excelência às necessidades de nossos clientes e do nosso país", afirmou o BB, em comunicado.
Bancários repudiam declaração
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, repudiou as declarações do novo técnico da seleção. “Começou muito mal. Espero que o Felipão não esteja tão desatualizado no futebol como está em relação ao trabalho nos bancos. E espero que a gestão dele na seleção não seja tão irresponsável como a dos bancos", afirmou Cordeiro, em entrevista ao G1.
Para os bancários, Felipão não apenas desrespeita a categoria como demonstra desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro brasileiro.
"Não só o trabalhador do Banco do Brasil sofre pressão, mas também os dos outros bancos. Por mês, cerca de 1.200 funcionários são afastados no país por problemas de saúde, por pressão dos bancos que pressionam os bancários a cumprirem metas absurdas e a venderem produtos que os clientes não querem comprar", afirmou o presidente da Contraf.
G1 SP

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