O goleiro Gustavo prestou depoimento por cerca de 20 minutos na delegacia de Barão de Cocais, no interior de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira. Na frente do delegado da pequena cidade localizada a cerca de 90km da capital Belo Horizonte, o jogador voltou a se dizer arrependido pela agressão ao volante Elivélton, do Vasco, em partida válida pela Taça BH de Futebol Júnior. Ele deixou o local sem falar com a imprensa e será indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, com motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que estava de costas e não pode se defender. A demissão do Sport, anunciada no site oficial do clube pernambucano logo após o ocorrido, no entanto, pode ser revista.
Segundo o diretor das categorias de base do Sport, Carlos José de Araújo, nenhuma decisão definitiva será tomada antes do retorno de Gustavo a Recife, o que deve acontecer nesta quinta-feira. Para o dirigente, não é hora de "encerrar" a carreira do goleiro, e sim de apoiá-lo.
- Toda a delegação do Sport está apoiando o jogador. Não pelo o que ele fez em campo, mas sim pela questão psicológica. Sobre a demissão, só saberemos mais para frente. Primeiro ele voltará a Recife para conversar com o presidente Gustavo Dubeaux. É hora de dar apoio a esse jovem e não de crucificá-lo - disse Carlos.
Gerente de futebol amador do Sport, Gustavo Bueno foi até Barão de Cocais apenas para acompanhar o caso e deixou clara sua maior preocupação: não deixar o jogador marcado como um marginal.
- Não podemos tratar o menino como criminoso, marginal. Isso não existe. Foi um lance que não cabe no futebol e como representante do Sport eu concordo com isso. Mas é preciso ter discernimento. Gustavo é um jogador em formação e outros casos semelhantes já aconteceram. Até mesmo com atletas famosos que não deixaram de seguir suas carreiras profissionais por causa disso - explicou.
De cabeça baixa, Gustavo chegou à delegacia às 10h acompanhado do diretor Carlos, do médico Leocádio Soares, e de mais três atletas do Sport que foram citados no Boletim de Ocorrência da agressão e se manifestaram como testemunhas:
Wanderson, Ronaldo e Renê. Durante o depoimento, o goleiro não chorou e voltou a se dizer arrependido do que classificou como um ato impensado. Segundo o delegado de Barão, Paulo Tavares, o inquérito está quase concluído, faltando apenas a finalização das provas técnicas.
- O depoimento foi tranquilo e Gustavo disse o que eu já previa. Só preciso receber o autos de corpo de delito (ACD), os laudo periciais e as imagens da televisão. Depois disso, o caso estará nas mãos da Justiça - explicou.
GLOBO ESPORTE
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