A falta de organização que marcou a quinta edição do prêmio Craque do Brasileirão, evento que reuniu os melhores atletas da competição nacional, além dos representantes dos clubes campeões das séries A (Flamengo), B (Vasco), C (América-MG) e D (São Raimundo) do país, mostrou que o sonho de organizar uma Copa do Mundo de maneira profissional ainda está distante de se tornar realidade.
A chegada dos principais astros da festa, como o técnico Andrade, campeão e eleito melhor de seu posto no campeonato, o sérvio Petkovic, o técnico Dunga ou o ex-treinador Zagallo, gerou momentos de apreensão, pois reuniu, em poucos metros quadrados, centenas de jornalistas, torcedores, seguranças e convidados, todos lutando pelo mesmo espaço, mas por motivos distintos, ao lado dos protagonistas da noite.
A apresentação do prêmio em si também misturou momentos emocionantes, como as apresentações de alguns membros do Cirque du Soleil, que levaram comoção à plateia, com outros de pura falta de educação, capazes de deixar Diego Souza, eleito o craque do Brasileirão, constrangido diante das vaias dos flamenguistas e dos gritos pedindo "Pet, Pet", em alusão à derrota do meia sérvio, ídolo da torcida da Gávea, no pleito.
Os responsáveis pela apresentação do evento, Tony Ramos e Marcelo Anthony, bem que tentaram mostrar entrosamento e conhecimento sobre futebol, mas também tropeçaram nas próprias piadas. A dupla perdeu a graça quando um convidado, o ator Paulo José, durante seu ato, disse que "tinha um filho gay" e, em seguida, perguntou à plateia se conhecia um jogador de futebol que fosse gay, causando reação imediata da maioria, que gritou o nome de um atleta específico.
A atitude do público também causou constrangimento ao meia Conca, vencedor da corrida pelo prêmio de craque da torcida, ao zagueiro são-paulino André Dias, aos árbitros, que subiram ao palco sem serem aplaudidos, ao Vasco da Gama, campeão da Série B, minoria entre os 'torcedores' que acompanharam o evento, e até a Ronaldo Fenômeno. Concorrente de Adriano e Iarley ao posto de melhor segundo atacante, o 9 corintiano, que não compareceu à festa - assim como o 'Imperador', foi xingado e vaiado copiosamente pela maioria esmagadora de rubro-negros no auditório.
Além de Ronaldo e Adriano, também não compareceram à premiação os seguintes indicados: Marcos, do Palmeiras, eleito segundo melhor goleiro do campeonato, Chicão, zagueiro corintiano que ficou com o bronze, atrás de Danilo e André Dias, além de Fred, atacante do Fluminense que perdeu o ouro na corrida pelo posto de melhor de sua posição para o atleticano Diego Tardelli.
