Na primeira entrevista durante a fase de preparação para Copa do Mundo da África do Sul, e provavelmente a última, Kaká arrastou uma multidão de cerca de 300 profissionais da imprensa ao Fairway Hotel de Johannesburgo, nesta quarta-feira. Principal estrela, o meia promoveu a entrevista mais agitada até agora na Seleção Brasileira. Com direito a provocações e surpresas.
Primeiro Kaká foi provocado por um jornalista argentino, que questionava as declarações de brasileiros de que abriam mão do futebol bonito pelo título mundial. Quando Kaká começava a responder, o argentino interrompia, claramente provocando o craque.
O meia levantou o tom de voz e chegou a ficar com as bochechas ruborizadas. "Ganhamos por 3 a 1 da Argentina em Rosario e para mim foi um espetáculo", retrucou o jogador, citando a partida válida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.
Mais tarde foi a vez de uma repórter mexicana quebrar o protocolo. Depois de fazer sua pergunta, Jimena Duarte, da TV Azteca, queria entregar três camisetas ao craque. Foi impedida pela assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A mexicana fez cara de coitada e disse que era uma ação os "doentes".
No final da entrevista, conseguiu um autógrafo na camisa em apoio a uma entidade que cuida de doentes terminais na África do Sul.
Para completar a rodada de surpresas, Felipe Andreoli ¿ blogueiro do Terra e humorista do programa CQC da TV Bandeirantes -, tirou uma Jabulani de uma sacola e jogou para Kaká. Perguntou se o jogador sabia quantos lados tinha a bola. Kaká disse que não, e ouviu a resposta da charada: "tem dois lados, o de dentro e o de fora".
Kaká ainda deu um beijo na bola, muito criticada por todos os demais jogadores da Seleção Brasileira que se pronunciaram até agora. O meia do Real Madrid, patrocinado pela empresa fabricante da Jabulani, defendeu a bola e disse que os jogadores já estão se acostumando. Queria levar a bola embora, mas devolveu depois do "escândalo de Felipe Andreoli".
TERRA