Jornalistas reclamaram de problemas em entrevistas com jogadores; CBF acatou e proibiu "farra" em treinos
O departamento de comunicação da CBF confirmou nesta segunda-feira a proibição de acesso de humoristas aos treinos da Seleção Brasileira. Segundo Rodrigo Paiva, jornalista responsável pelo departamento, o veto foi pedido pela própria imprensa, que vinha reclamando dos problemas causados durante as entrevistas com os jogadores.
"A convivência não é possível. É muita reclamação por parte da imprensa. Não é dos jogadores, não é da CBF. A imprensa questiona muito essa coisa de show. Não queremos fechar a Seleção para um segmento, mas estava ficando difícil", explicou Rodrigo Paiva, por telefone, à reportagem do Terra.
Na noite deste sábado, o técnico Dunga foi a "vítima" mais recente dos humoristas. Em sua casa, em Porto Alegre, o técnico precisou chamar a polícia para afastar a trupe do programa "Legendários", da TV Record, que se posicionou em frente ao endereço com uma campanha em prol da convocação do santista Neymar. Não obteve resposta.
Paiva, porém, garantiu que o veto não teve "relação nenhuma" com o incidente em questão, e que a decisão já havia sido tomada após os últimos treinamentos da Seleção para jogos pelas Eliminatórias - em outubro, respectivamente contra Bolívia e Venezuela. "No último treinamento, já não podia mais", contou.
Ainda de acordo com o assessor de imprensa da CBF, o técnico Dunga não teve qualquer responsabilidade na decisão tomada contra os humoristas. "Não houve nenhuma influência do Dunga. Isso não tem nada a ver com a Copa, já foi decidido no ano passado", descreveu.
Antes do incidente com os humoristas da TV Record, a Seleção já havia enfrentado problemas semelhantes em outras ocasiões. Em setembro, durante concentração na Granja Comary, o atacante Adriano foi ofendido por Zina, integrante do programa "Pânico na TV". A turma da Rede TV! acabou sendo retirada do local.
Rodrigo Paiva reiterou que "a convivência é complicada" entre jornalistas e humoristas. Por isso, o segundo grupo acabou preterido pela CBF. "Isso já estava acontecendo, e a conclusão que a gente chegou é que, por mais que queria ser democrático, sempre vem uma pergunta que é uma piada, uma brincadeira. Vocês (jornalistas) reclamam, então a gente teve que tomar essa decisão", afirmou.
POR: Emanuel Colombari