A Segunda Divisão do Campeonato Baiano chegou em seu momento decisivo. Depois de 32 partidas, os quatro classificados para as semifinais foram definidos. Ypiranga, Botafogo, Colo Colo e Jacuipense vão lutar pelas duas vagas na elite do futebol baiano. Mas a competição não encantou. Prova disso é a média de público até o momento: 449 pessoas por jogo.
Nas 32 partidas realizadas na primeira fase da competição, os números mostram que a torcida passou longe dos estádios baianos. O público total foi de 14.388 pessoas, sendo que 41.207 ingressos foram colocados à venda. Ou seja, 26.819 bilhetes foram devolvidos. O percentual de entradas que ficaram nas bilheterias, enquanto a bola rolava dentro do estádio, foi de 65%.
(Foto: Divulgação/ EC Ypiranga)
Apesar de, teoricamente, ter tido 40 jogos, apenas 32 foram contabilizados. Isso porque oito seriam com o Guanambi em campo. O clube não apresentou a lista de jogadores em tempo hábil e foi excluído da competição. A equipe foi mantida na tabela, mas os jogos não foram realizados e foi atribuído o placar de 1 a 0 para o adversário em todas as partidas.
Para o presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues, a média de público baixa se justifica por uma questão logística. Clubes como o Ipitanga, Galícia, Astro e Botafogo jogaram fora de seus tradicionais mandos de campo.
- Esse foi o principal fator. Isso aconteceu por conta dos laudos técnicos. Não poderia deixar de realizar a competição por falta de estádios – comenta o dirigente.
Cinco menores públicos da Segunda Divisão do Baiano |
Cruzeiro 0 x 0 Ipitanga - 7 pessoas |
Astro 4 x 0 Jequié - 21 pessoas |
Astro 1 x 1 Colo Colo - 22 pessoas |
Galícia 3 x 0 Ipitanga - 28 pessoas |
Ipitanga 0 x 3 Botafogo - 33 pessoas |
De acordo com o presidente da FBF, os estádios escolhidos foram indicados pelas próprias equipes. Coincidência ou não, os cinco menores públicos da competição foram registrados nos jogos de Cruzeiro, Astro, Galícia e Ipitanga. Já os cinco maiores contam com três do Colo Colo, um de Jequié e outro da Jacuipense. O Ypiranga, um dos times mais badalados na competição, tem apenas o sexto maior público.
Com o públicos pequenos, o reflexo atinge também os caixas dos clubes. Das 32 partidas da competição, 20 tiveram déficit. A arrecadação total da primeira fase da Segunda Divisão do Campeonato Baiano foi de R$ 108.864,00. No entanto, a receita líquida ficou em apenas R$ 15.255,33.
- Nos jogos com déficit a Federação ficou com prejuízo também, porque nós pagamos imediatamente a arbitragem e nem sempre recebemos o ressarcimento – conta Ednaldo Rodrigues.
Cinco maiores públicos da Segunda Divisão do Baiano |
Colo Colo 2 x 1 Jequié - 1.707 pessoas |
Colo Colo 2 x 0 Astro - 1.377 pessoas |
Colo Colo 1 x 0 Jacuipense - 1.342 pessoas |
Jequié 0 x 0 Astro - 1.218 pessoas |
Jacuipense 0 x 0 Astro - 1.144 pessoas |
Apesar do público pequeno e do prejuízo financeiro, o presidente da FBF ressaltou o crescimento do nível técnico da competição. Para ele, as equipes se prepararam melhor para disputar as duas vagas na Primeira Divisão do Campeonato Baiano.
- Os clubes se organizaram mais. Os quatro que se classificaram e o Galícia, por exemplo, estão com uma boa força técnica – diz.
Nas semifinais, a Jacuipense vai enfrentar o Ypiranga, enquanto o Botafogo jogará contra o Colo Colo. Os dois vencedores irão disputar o título e, conseqüentemente, terão presença garantida na elite do futebol estadual em 2013.
G1 BAHIA - Por Raphael Carneiro