O Bahia está inovado. Este ano no lugar dos tradicionais velhos ferros e jogadores fora de linha e mercado resolveram até agora, apostar em atletas novos, como o goleiro Douglas, a promoção do zagueiro Diego para o time principal, junto com o aproveitamento de vários jogadores que se destacaram na base e o atacante Thuram, um jogador ainda desconhecido da grande maioria, em contrapartida, negociou o meia Gabriel, por valores que são e sempre serão desconhecidos do torcedor tricolor.
O Jornal da Metrópole, ouviu opinião de alguns torcedores, a exemplo do fisioterapeuta Luiz Wagner Silva, 22. "É lamentável ver um clube de massa, como o Bahia, realizar as suas negociações por debaixo do pano. Foi assim com o Ananias, Vander e agora Gabriel. Há simplesmente 10 anos não temos um ídolo criado em casa, um jogador que realmente honre as cores do Bahia, que cresceu no Bahia.
É triste ter que esperar algo de um presidente que faz transações amigáveis com outros dirigentes, que não ajudam em nada ao Bahia. Nos apequenamos e hoje vivemos essa realidade. O Bahia só está vivo por causa da sua torcida, que pouco é respeitada", desabafou.
Bobô desconfiado
Ao saber da situação do Esquadrão no mercado, o ídolo e líder do Bahia na conquista do Brasileirão de 1988, Raimundo Nonato, o Bobô, se mostrou preocupado com o futuro da equipe.
"Esse ano vai ser muito mais difícil. Nós temos dois times da Bahia na Primeira Divisão. Os grandes clubes do Brasil estão com mais dinheiro, investindo em contratações volumosas e jogadores de uma qualidade muito grande retornando.
Evidentemente os clubes baianos terão que se reforçar, não só o Bahia, mas o Vitória também. Até para poder terem uma condição de permanecer na elite, e pensar em algo mais no futuro, fazer mais investimentos. O mercado está aí, existem bons jogadores à disposição", afirmou, em entrevista ao Metro1.
Mesmo sem acompanhar de perto a situação do clube por conta da agenda cheia -- segundo o próprio --, o superintendente da Sudesb chegou a rir ao saber de uma das aquisições "badaladas" da equipe: o atacante Thuram, de apenas 21 anos, oriundo da Chapecoense.
"Não o conheço, não. Thuram é? Não é o francês?! [Gargalhadas] É o genérico [mais risos]. Olha, esse tipo de contratação, eu não sou contra. Jogador de 21 anos de idade, de repente, já vem sendo acompanhado, mas não é um jogador para vestir a camisa de titular do Bahia. Eu não tenho dúvida nenhuma que o clube terá que contratar um grande jogador para ajudar. Aliás, o Bahia tem que ter, no mínimo, dois ou três grandes jogadores.
Eu falo de jogadores renomados, mas que venham e vistam a camisa do clube. Não de jogador de Seleção Brasileira, mas que não joga. Não adianta. É investimento errado", disse.
Para ilustrar a crítica, ele citou o caso do pentacampeão Kléberson, que não teve grandes atuações no time na temporada passada. "O custo-benefício não vale a pena. Você vê o Kléberson, que pode até jogar esse ano, mas não está rendendo o que se esperava e é um jogador de Copa do Mundo, campeão mundial (2002). Essas contratações novas podem vir juntas com um grande jogador. Agora, eu não tinha ideia... Thuram né? [risos]. Creio que a diretoria do Bahia observou o jogador. No mínimo, né? Não é possível", comentou.
Para Marcelinho, tudo certo no Bahia
Dentro do Fazendão, tudo parece correr sem a aprovação do técnico Jorginho, que está visivelmente contrariado com a chegada de apenas dois atletas, além de Thuram: o zagueiro Brinner, ex-Botafogo, e o goleiro Douglas Pires, ex-Cruzeiro. Este, aliás, nem deve ser aproveitado, já que será apenas a terceira opção da posição.
Mesmo assim, em entrevista ao Metro1, o presidente do clube, Marcelo Guimarães Filho, negou que o treinador estivesse descontente com o andamento das coisas.
"Ele (Jorginho) está muito satisfeito com o trabalho que está sendo feito. Tem acompanhado tudo. Nós temos conversado bastante. Ele sabe que a gente tem uma boa base, uma boa estrutura, e o Bahia não irá fazer nenhum tipo de investimento que não possa arcar no futuro", avisou.
A direção tricolor, por sinal, tem sido o principal alvo dos adeptos, que já vêem em 2013 uma repetição do que aconteceu no ano passado. "O Bahia, em mais um ano, vai lutar para não ser rebaixado no Brasileiro e deve deixar o título estadual com o seu maior rival! É inadmissível que um time como o Bahia, com toda a sua história, ainda tenha diretrizes administrativas como essas.
Se desfaz dos poucos jogadores bons que tem e contrata outros de pouco destaque. Os torcedores que preparem seu coração para esse ano", recomendou o cantor George Bahia, de 24 anos. Até agora, o único nome que surge com força para reforçar o Esquadrão é o de Adriano Michael Jackson, que está no futebol chinês. Fora isso, mas nada. O ano promete.