O fiasco de Itália e França na Copa do Mundo da África do Sul é apenas parte do que foi, até agora, o pior desempenho das seleções europeias em mundiais. Acostumados com 10 representantes nas oitavas de final desde 1986 (quando começaram os mata-matas com 16 times após a fase de grupos), o continente conseguiu classificar apenas seis equipes.
Com 13 representantes na Copa-2010, as seleções europeias ficaram bem longe do pior resultado no período, em 2002, quando nove equipes se classificaram. Em todas as outras edições, 10 seleções chegaram às oitavas. Todo o poder econômico dos clubes não se traduz em bons resultados nas copas. Os europeus vêem agora os jogadores que fazem fama em seus campeonatos se destacarem na África do Sul com a camisa de suas seleções – sobretudo os sul-americanos.
Para piorar o cenário, as seis equipes do Velho Continente irão se cruzar nas oitavas de final com os duelos Alemanha x Inglaterra, Holanda x Eslovênia, e Espanha x Portugal. Ou seja, apenas três sobreviverão às quartas de final da Copa.
A América do Sul, por sua vez, garantiu nas oitavas todos os cinco representantes. Alguns clássicos favoritos, como Brasil e Argentina, além de surpresas como Paraguai, Chile e Uruguai. Esta foi a primeira vez, desde 1990, que o continente classifica todas suas seleções.
Uma análise das chaves da Copa revela ainda que o único confronto direto entre sul-americanos na África antes das semifinais acontece entre Brasil e Chile, que se enfrentam na próxima segunda-feira, às 15h30, em Joanesburgo. As outras três seleções estão espalhadas e, se vencerem seus confrontos, podem fazer uma inédita semifinal com quatro times da América do Sul.
Caso Dunga vença o duelo com o técnico Marcelo Bielsa, do Chile, terá (caso o favoritismo se confirme) a Holanda pela frente nas quartas, a mesma adversária, na mesma fase, do tetra de 1994.
Ao lado, o Uruguai tem o caminho teoricamente mais tranquilo. Nas oitavas, a Celeste encara a Coreia do Sul neste sábado, às 11h. Se passar, pega quem sair de EUA x Gana – esta a representante solitária do futebol africano, justamente no Mundial que sediam. Brasil e Uruguai poderiam então repetir a histórica semifinal de 1970, quando a Seleção venceu a Celeste por 3 a 1 e acabou com o trauma de 1950.
Para acontecer a “Copa América” nas semifinais, a tarefa mais complicada é a do Paraguai. Se passar pelos japoneses nas oitavas, enfrenta o vencedor do duelo entre a favorita Espanha e Portugal, de Cristiano Ronaldo.
Na hipotética semifinal latina, Paraguai e Argentina fariam um dos confrontos. Mas os “hermanos” precisam passar por México e pelo vencedor de Inglaterra e Alemanha. Enfim, acabou a moleza para os comandados de Maradona, que encontraria novamente os ingleses nas quartas de final, como em 1986, no jogo do gol atribuído por El Pibe a “La mano de Diós”.
EBAND.