A arbitragem de Gutemberg de Paula Fonseca no clássico entre Vasco e Flamengo conseguiu arrancar muitas reclamações de ambos os times pelo Campeonato Brasileiro neste domingo. Após o empate por 1 a 1, no Engenhão, jogadores e técnicos contestaram o destempero do árbitro, que se exaltou após algumas discussões. Segundo o meia Felipe, até ameaças o juiz fez dentro de campo.
"Ele estava bastante exaltado. Além de me ameaçar depois de expulsar o Dedé, dizendo que eu ia ser o próximo, ele falou que eu estava há muito tempo fora do Brasil, que não o conhecia e que ele era muito bom", relevou o jogador nos vestiários do Engenhão. O tumulto citado aconteceu no segundo tempo, após entrada dura do zagueiro do Vasco em Willians, pela qual recebeu direto o cartão vermelho.
O técnico cruzmaltino, Paulo César Gusmão, que foi expulso pelo excesso de reclamação, não poupou críticas a Gutemberg. "Quando a gente é bom, não precisa falar para os outros. Acho que, quanto menos aparecer, principalmente a arbitragem, mais você mostra que tem capacidade. Ele é um grande árbitro, é carioca e conhece a história do clássico, mas teve dois pesos e duas medidas", apontou.
Segundo o treinador do Vasco, Gutemberg teria dito, ao ser cobrado: "Se eu fui injusto, o problema é meu". As reclamações não vieram apenas do lado alvinegro. Os flamenguistas também foram à loucura - especialmente o meia Renato Abreu, diante das marcações no primeiro tempo. O jogador admitiu que perdeu a cabeça e, após o apito final, foi se desculpar com Gutemberg de Paula Fonseca.
"No segundo tempo ele melhorou, mas fui conversar com ele depois do jogo. Eu disse algumas coisas, foi coisa de momento. Falei o que não devia, admito, mas foi o que aconteceu e muita gente viu no primeiro tempo", disse o jogador, tentando mostrar arrependimento. Com a voz da experiência, Vanderlei Luxemburgo minimizou as polêmicas da arbitragem e reclamou apenas do excesso de faltas anotadas.
"Eu não vi nada de mais. Vi o árbitro acertar e errar para os dois lados. Quanto ao lance da expulsão, ainda não vi na TV, mas o pessoal diz que o rapaz (Dedé) foi mais duro do que o normal. Se tivesse que reclamar de alguma coisa, diria que foram tantas paradas que isso acabou prejudicando a nossa equipe. Mas não temos o que lamentar", complementou o comandante do Flamengo.