quinta-feira, 1 de março de 2012

Lula, Cabral e outros aliados de Dilma seguraram Ricardo Teixeira


Apesar do presidente da CBFRicardo Teixeira, ter visto uma breve insurgência de algumas federações quando surgiram as informações de que poderia renunciar ao cargo, o que de fato incomoda e desanima o cartola, além das denúncias de corrupção, é a falta de respaldo do atual governo, especialmente a rejeição da presidenta Dilma Rousseff. Ainda assim, Teixeira acabou não desistindo do poder, se negando, pelo menos por ora, a deixar a CBF.
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Se Dilma não contribuiu em nada para esta decisão, pelo contrário, alguns dos seus aliados mais influentes, como o ex-presidente Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ajudaram a convencer o cartola a não renunciar. Opositores, como o senador Aécio Neves, também deram apoio por telefone ao cartola.
A informação foi confirmada por pessoa muito próxima a Teixeira, afirmando que o apoio de pessoas ligadas a Dilma, que nitidamente se esforça para manter distância do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, sensibilizou o cartola. Teixeira sente desprezado pelo governo após ter conquistado para o Brasil o direito de sediar o Mundial. A ligação de Lula, uma das que mais influenciaram a decisão do dirigente, aconteceu há cerca de uma semana. Nela, o ex-presidente teria argumentado, entre outras coisas, que renunciar ao cargo em meio a denúncias poderia soar como uma confissão de culpa.
Na assembleia-geral realizada na quarta-feira, na CBF, o dirigente tratou de se posicionar diante dos 27 presidentes de federações, entre eles alguns que fomentavam um movimento para convocação de eleições, rapidamente suprimido pelo anúncio de que Teixeira não renunciaria. Um destes presidentes de federações conversou com o iG pedindo anonimato e revelou que Teixeira atendeu reservadamente alguns dos cartolas presentes.
Foto: Divulgação
Lula e Teixeira em 2007, quando o Brasil era candidato a receber a Copa
Nesta conversa, confirmou que um exame que fará nos próximos dias, talvez até nesta sexta-feira, poderá fazer com que peça uma licença médica. Não foi especificado, contudo, se o exame se refere à diverticulite, inflamação no intestino que já está sendo tratada por Teixeira, ou alguma outra enfermidade. O cartola relatou que, na terça-feira, Teixeira teria deixado a entidade às pressas também por conta de algum problema de saúde. O presidente da CBF foi visto, neste mesmo dia, no Hospital Samaritano, em Botafogo, por volta das 19h30. Estava de terno, conversando com os médicos.
Ainda segundo o presidente de federação que participou da conversa com Teixeira, o presidente da CBF parecia "cansado e abatido". Incentivado a dar sua opinião sobre o tema, ele disse ter quase certeza que Teixeira pedirá em breve a licença médica. O cartola disse ainda que, por ora, Ricardo Teixeira não indicou, ou pelo menos não sinalizou aos presidentes de federação, qual dos seus cinco vice-presidentes assume no caso de a licença médica se concretizar.
Pelo estatuto, no caso de licença temporária, o presidente tem o direito de indicar quem quer como sucessor. No caso de renúncia ou vacância definitiva, assume o vice mais idoso, que no caso seria o ex-presidente da Federação Paulista (FPF), José Maria Marín, nome que não agrada boa parte dos membros da assembleia-geral.
IG

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