quinta-feira, 25 de março de 2010

Zebra invade estaduais, demite Mancini, ameaça Fossati e atinge até Ronaldo

Os mais novos já ouviram falar. E os mais velhos, após as rodadas dos estaduais Brasil afora na noite desta quarta-feira, resgataram por cinco vezes a frase tão conhecida dos tempos em que o "Fantástico", programa da Rede Globo, divulgava os resultados da Loteria Esportiva. "Deu zeeeeeeebra", diria o bichinho para as derrotas do Vasco para o Americano (3 a 2), do Corinthians para o Paulista (1 a 0), do São Paulo para o Bragantino (1 a 0), do Inter para o São José de Porto Alegre (3 a 0) e até para o empate do Palmeiras com o até então lanterna, o Rio Branco (2 a 2),

A derrota que provocou o maior terremoto foi a do Vasco para o Americano, por 3 a 2, em São Januário, pela Taça Rio, do Campeonato Carioca. O técnico Vagner Mancini, já pressionado por outros maus resultados, foi demitido. Outro que corre o risco de procurar logo o departamento pessoal é o técnico uruguaio Jorge Fossati, após a desastrosa derrota do Internacional para o São José de Porto Alegre, por 3 a 0, no Passo d'Areia, pelo Campeonato Gaúcho.


Mancini caiu porque não conseguiu fazer o Vasco decolar na competição. O time amarga um terceiro lugar no Grupo B da Taça Rio, com 9 pontos, atrás de América, com 11, que empatou por 1 a 1 com o Bangu também nesta quarta-feira, e Botafogo, com 10 pontos e um jogo a menos - será nesta quinta-feira, contra o Volta Redonda, fora de casa. A vaga para a semifinal está cada vez mais difícil, e o time, sem padrão de jogo, precisa vencer o Fluminense, no domingo, para ainda sonhar com a classificação e o título carioca.
Os menos de 800 torcedores que compareceram a São Januário mostraram toda a insatisfação já anunciada por Roberto Dinamite às vésperas da partida. Perguntado sobre a permanência ou não do treinador diante de um tropeço, Roberto, tal como fazia com seus marcadores, foi implacável ao ataque e disse que "futebol é resultado". A senha estava ali, e, no início da madrugada, a direção anunciou a demissão do treinador.
Outro que sente a pressão de não fazer voar um grande clube neste primeiro semestre é Jorge Fossati. No comando do Inter no Gaúcho e na Libertadores, o treinador uruguaio não dá ao Colorado a regularidade tão sonhada por sua torcida, que viu o arquirrival Grêmio faturar o primeiro turno estadual. Agora, após o fiasco na derrota por 3 a 0 para o Zequinha, ela sofre com a queda da equipe para o terceiro lugar no Grupo 2 neste segundo turno e o jejum de cinco partidas sem vencer - nas quatro anteriores, o time não saiu do empate.


Na Libertadores, o Colorado ocupa a vice-liderança do Grupo 5, atrás do Cerro do Uruguai. Apesar de o presidente do clube afirmar, após a derrota para o Zequinha, não "ser este o momento certo" para demissão de treinador, os torcedores querem e esperam cada vez mais por isso. Eles não escondem a preocupação com o quadro atual.

Tanto quanto os corintianos, que se comemoram a liderança no Grupo 1 da competição sul-americana, começam a temer por um fracasso na campanha pelo bicampeonato paulista no ano do centenário. A derrota por 1 a 0 para o Paulista deixou o time fora do G-4, na quinta posição, e expôs a primeira ferida na lua de mel de mais de um ano com Ronaldo. O atacante saiu vaiado pelas chances desperdiçadas, e, no caminho para o ônibus, mostrou sua insatisfação ao fazer gestos obscenos para a Fiel com o dedo médio.

Sem ofensas, o Palmeiras viu ficar mais longe o sonho do título paulista. O empate por 2 a 2 com o então lanterna Rio Branco - que com o resultado pulou para o penúltimo lugar - teve gosto de derrota. O Verdão, em 10º lugar na tabela e a cinco do G-4, vê os adversários se distanciarem na briga por uma vaga.

O que faz o tropeço em Araraquara ser mais sentido do que, por exemplo, a derrota do São Paulo para o Bragantino por 1 a 0, em Bragança Paulista. Mesmo com o resultado, o Tricolor Paulista segue na terceira posição na tabela, com 30 pontos ganhos. Mas o fim de uma invencibilidade de cinco jogos na quarta derrota da equipe na competição faz acender o sinal amarelo para o técnico Ricardo Gomes e seus comandados. Afinal, a zebra corre sempre o risco de aparecer por perto.


Por: Uandrer Chachá
Fonte: GLOBOESPORTE.COM

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