Em maio de 1999, o Palmeiras obteve uma vitória épica para alcançar a classificação contra o Flamengo na Copa do Brasil, com um gol de Euller aos 48 minutos do segundo tempo. Ao torcedor alviverde, um dos triunfos mais emocionantes da história. Ainda assim, o técnico Luiz Felipe Scolari carrega em sua mente um momento mais marcante no confronto contra o tradicional Rubro-Negro carioca: o dia em que acertou uma pancada no craque Zico.
"Não costumo recordar grandes jogos. Mas sempre que encontro o Zico, falo do empate por 1 a 1 entre Flamengo e Caxias em 1978. Ele passou cinco vezes o pé na bola, balançou cinco vezes, quando tentou a sexta, a bola e o Zico foram para fora do campo", sorriu o pentacampeão mundial, que nunca escondeu as próprias limitações quando exercia a função de zagueiro.
Felipão ressalta que, no fim da década de 70, os cartões não eram distribuídos pelos árbitros com fartura. Desta forma, os zagueiros podiam apelar a jogadas ríspidas para barrar os craques adversários. "O Zico me fez de João cinco vezes. Na sexta, eu o fiz de João", reforçou o atual técnico do Palmeiras.A lembrança do lance com o Galinho de Quintino - atual dirigente do Flamengo - é mais uma brecha para Felipão abordar a arbitragem brasileira. O técnico do Palmeiras reclama que os zagueiros estão muito mais expostos atualmente nos embates com atacantes.
"Hoje o árbitro pune dez vezes mais, existe uma ou outra jogada mais forte ou de maldade", refletiu Felipão, que completou. "Mas eu visava sempre a bola", encerrou o técnico, apelando a uma cara de "bonzinho".
Marcelo Belpiede - São Paulo (SP)
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