A lateral-esquerda Fafá, do São Francisco, vive um drama. Aos 19 anos, descobriu que é portadora do traço falcêmico, uma alteração sanguínea hereditária que a proíbe de jogar na altitude.
A atleta recebeu a notícia na Granja Comary, quatro dias antes de embarcar para o Equador com a Seleção Brasileira, onde disputaria o Sul-Americano. “O médico me chamou com toda a comissão técnica. Disse que poderia seguir a carreira, mas que não poderia jogar na altitude”.
Cortada do grupo, Fafá não conseguiu conter as lágrimas. “Foi como se perdesse um parente próximo. Eu vinha treinando bem”, lamenta. Fafá teve o sonho interrompido. Depois de passar pelas categorias de base, vestiria a amarelinha no time principal pela primeira vez.
Perigo
O corte foi para protegê-la. “Quem tem o traço tem algumas hemoglobinas com formação defeituosa e a função delas é transportar oxigênio. Em grande altitude existe a diminuição da quantidade de oxigênio na atmosfera e, por isso, ela teria dificuldade de respirar, dor articular, poderia fazer trombose e ter sangramentos”, explica o vice-presidente médico do Bahia, Marcos Lopes.
Fafá tenta se recuperar da decepção. Onde? Dentro de campo. “O baque foi grande, mas eu pretendo continuar no futebol. Agora só penso em ser decacampeã (dez vezes) pelo São Francisco”. Amanhã, ela defende o time na final do Baiano. Pega o Flamengo de Feira, 15h30, em São Francisco do Conde. Na ida, deu 2x0.
CORREIO DA BAHIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário