Paolo Rossi, definitivamente, nunca foi um craque com a bola nos pés. Bastou uma tarde inspirada, uma camisa amarela como adversária e pronto: estava marcado como um dos maiores carrascos da história da Seleção Brasileira. E, embora seu rosto não seja dos mais famosos, a geração que sofreu com os seus três gols na Tragédia do Sarriá não perdoa. Principalmente os taxistas...
– Ainda sou reconhecido, isso acontece em qualquer lugar do mundo e é divertido. E olha, no Brasil eu ainda não posso pegar um táxi. Não consigo encontrar um motorista sequer disposto a me levar. “Fiz o Brasil chorar” é o título da minha autobiografia. E é verdade, foi assim – disse, em entrevista à revista espanhola “Don Balón”.
Na vitória por 3 a 2 que levou a Itália à semifinal do Mundial da Espanha, Paolo Rossi pôde enfrentar um de seus maiores exemplos dentro do futebol: Zico.
– Ele, Maradona e Platini são de outro mundo, sem dúvida. É uma maneira de dizer, mas é a verdade. Foram gênios do futebol incomparáveis. O Zico era uma figura única e tinha humildade, o que era raro em uma superestrela do seu calibre. Jogavam para ganhar, para seus companheiros e para sua torcida antes mesmo do que para eles – afirmou.
Atualmente comentarista de uma rede televisiva italiana, Paolo Rossi não se arrepende de nada do que aconteceu em sua curta carreira – aposentou-se aos 31 anos. Embora não seja dos maiores fãs desta pergunta, por conta de uma punição que o afastou por dois anos do futebol por estar envolvido com apostas na Loteria Esportiva da Itália.
– Era inocente, jovem e ingênuo, mas nada vai me devolver essas duas temporadas. Posso dizer que tive sorte, já que o destino me reservaria grandes recompensas depois – contou.
O ex-jogador de 54 anos também criticou a postura dos astros atuais. Para ele, o futebol atual está menos romântico e mais mecânico.
– Os jogadores estão mais longe das pessoas normais, e não me refiro apenas pelas grandes quantias de dinheiro que eles ganham, mas pela relutância em se encontrar com os torcedores. No futebol, o contato humano tem sido cada vez mais raro, há menos paixão pelo jogo.
GLOBO ESPORTE
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