terça-feira, 7 de junho de 2011

Adeus de Ronaldo põe ponto final à maior "presidência" da seleção


Por cerca de 15 minutos, de acordo com a programação divulgada por Mano Menezes, se despedirá no gramado do Pacaembu um jogador que nunca se destacou como capitão da seleção, nem mesmo por uma liderança em campo. Mas, se quem assistir ao amistoso contra a Romênia dará adeus ao Ronaldo Fenômeno, colegas e ex-companheiros de seleção estarão admirando um "Presidente".
A alcunha é comumente dada, entre os jogadores, a quem está há mais tempo no clube - no caso, na seleção brasileira - e com feitos a serem louvados. Robinho, por exemplo, frequentemente chama Ronaldo pelo apelido. Uma 'confusão' justa para a carreira que o dono da camisa 9 nesta terça-feira traçou na defesa do País com a bola nos pés.
Aquele garoto de corpo esguio de 17 anos que entrou no lugar de Bebeto no segundo tempo de uma vitória por 2 a 0 contra a Argentina em amistoso disputado no Recife, em 23 de março de 1994, está 6.286 dias, ou mais de 17 anos, mais velho, mais pesado. E com muito mais do que alguns quilos acumulados neste período.
Naquele mesmo ano de 1994, o atacante, então no Cruzeiro, mostrava seus ainda mais aparentes dentes em um sorriso que esboçava a surpresa e alegria pela convocação para a Copa do Mundo. Carlos Alberto Parreira, técnico responsável por suas primeiras convocações à seleção, nem o colocou em campo no Mundial dos Estados Unidos, mas dava espaço para uma história única no futebol.
Se a primeira Copa de sua carreira foi de participação simbólica, nas outras três ele fez o suficiente para virar mito. Foram 15 gols, número que nenhum outro participante de Mundiais alcançou. Em 2002, o auge. Mais uma vez campeão do mundo, desta vez atuando, e de maneira decisiva. Terminou o torneio como artilheiro, com oito gols, sendo o primeiro a fazer mais de sete em uma edição desde o alemão Gerard Muller, que marcou dez em 1970 - e ninguém balançou as redes mais do que oito vezes nas duas Copas seguintes.
A festa do jogador com corte de cabelo à lá Cascão no Japão, porém, mostravam algo superior a números - e muito presente na trajetória do carioca. Era o fim de um longo período de problemas. A convulsão que deixou o dono do título de melhor jogador do planeta 'baleado' na final da Copa do Mundo de 1998, na derrota por 3 a 0 para a França, foi só o início de uma era que pouco deixou o atleta jogar até 2002 por causa de cirurgias no joelho direito.
Contudo, mesmo nesta época a ser esquecida, ele foi titular e astro da seleção campeã da Copa América de 1999. Três anos depois, tinha história suficiente para Luiz Felipe Scolari esperá-lo e ser premiado pelo que o Fenômeno fez no Mundial na Ásia. Era a força necessária para a medalha de campeão do mundo na casa do atleta receber a companhia do troféu de melhor jogador do mundo no fim do ano - a terceira vez que ele recebeu esta condecoração da Fifa.
GAZETA ESPORTIVA

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