Thiago Silva é um jogador diferente. O “novo” capitão brasileiro é um zagueiro que tem habilidade, sabe dar passes longos, fazer lançamentos. Os companheiros se referem a ele como “o melhor do mundo” na posição. Mas, além disso, é um atleta equilibrado e racional, um líder sem truculência que dá declarações bem pensadas, com conteúdo e honestas. Numa delas, ele resumiu a final olímpica deste sábado, entre o favorito Brasil e o desfalcado México: “só não pode entrar de salto alto”.
O Brasil, desta vez, tem tudo para conquistar “a medalha tão sonhada”, como dizem os jogadores. O país veio às Olimpíadas com um time quase desproporcionalmente forte, em relação aos adversários. Numa competição basicamente sub-23, tem estrelas como Neymar, Oscar e Lucas, que mesmo jovensmovimentam fortunas em transações internacionais, são as principais estrelas em seus times.
No caminho para a final, o Brasil jogou contra seleções de menos tradição, algumas sem liga profissional , outras montadas com cozinheiros e universitários . Ainda assim, não passou com facilidade, não pareceu um time “redondo”. Mas isso deu tempo a Mano Menezes para aparar arestas, mexer na escalação várias vezes sem arriscar as vitórias. Agora, a seleção chega à final com todas as condições para fazer a melhor apresentação do torneio. Para isso, conta com jogadores em plena forma para a decisão.
Do outro lado, o México não terá seu camisa dez e principal estrela. Na semifinal, Giovani dos Santos, filho de brasileiro, sentiu uma contusão muscular na coxa e não se recuperou para o jogo mais importante da história da seleção mexicana – que chegou apenas a quartas de final em Copas do Mundo. Após a classificação para a semifinal, era de Giovani dos Santos que todos os jogadores brasileiros falavam, era quem temiam. Neymar o chamou de “gênio” . E o México não terá Giovani dos Santos.
O próprio treinador mexicano coloca o Brasil como favorito ao ouro. “Um time que tem Pato e Ganso no banco indica a qualidade dos jogadores que estão em campo”, afirmou Luis Fernando Tena, antes da partida. “Considero o Brasil grande favorito desde o começo do torneio”, disse. “E, para mim, é o jogo mais importante que dirigi até agora.” Para o técnico, a força mexicana é o entrosamento de uma equipe que joga junta há mais tempo que a brasileira.
Mas, tanto Tena quanto Mano, concordam: numa final, qualquer coisa pode acontecer. O México não tem sido um rival gentil com o Brasil, venceu a seleção – ainda que com outro elenco – nos amistosos da preparação olímpica e alguns comentaristas mexicanos chegam a dizer que a equipe pentacampeã é freguesa dos “tricolores”. “É verdade que jogamos melhor contra grandes seleções”, alerta o treinador adversário.
IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário