sábado, 8 de setembro de 2012

Boxeadora suspeita de matar criança é presa em Guarulhos


Adolescente assassinada em Praia Grande, SP (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Adolescente assassinada em Praia Grande, SP
(Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Foi presa na noite desta sexta-feira (7), em Guarulhos, na Grande São Paulo, a boxeadora Elizabeth Fernandes dos Santos, suspeita de matar a socos a jovem Ana Beatriz, de acordo com a Polícia Militar (PM).
O crime ocorreu em junho, em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, com a participação da mãe da menina e companheira da boxeadora, Ana Luiza Ferreira, e do pai da criança, Carlos José Bento de Souza, que já estão presos.
A PM recebeu uma denúncia anônima que levou à residência em que Elizabeth estava escondida, por volta das 22h. O caso foi registrado no 7º Distrito Policial de Guarulhos. Uma equipe da Polícia Civil de Praia Grande deve realizar a transferência da boxeadora para a Baixada Santista.
A polícia de Praia Grande já trabalhava com a hipótese de que Elizabeth teria fugido para Guarulhos. Durante uma operação em agosto, policiais chegaram a localizar um esconderijo da suspeita, mas ela já havia conseguido fugir.
Foragidos também são suspeitos na morte da jovem (Foto: Reprodução/TV Tribuna)Elizabeth Fernandes, companheira da mãe da menina,
e o pai, Carlos José Bento de Souza
(Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Ana Beatriz de Souza, de 13 anos, foi morta no último dia 14 de junho, dentro da própria casa, no Jardim Anhanguera. O corpo da menina foi encontrado na Rodovia Anchieta com várias fraturas e ferimentos pelo corpo, além de sinais de esganadura.
Reconstituição
A mãe da vítima, Ana Luiza Ferreira,participou de uma reconstituição do assassinato da adolescente em 8 de agosto. De acordo com ela, o crime aconteceu quando um outro filho, de 7 anos, dormia em um quarto em frente ao local do assassinato. "Ela alegou que houve uma discussão muito forte entre a filha dela e a Elizabeth, que é namorada da Ana Luiza. A Elizabeth, que é boxeadora, teria agredido a filha dela com socos até a morte. Ela disse que tentou afastar a amante, mas não conseguiu. A reconstituição serviu para mostrar como a mãe foi omissa", explica o delegado Luiz Evandro Medeiros, responsável pelo caso.
O ex-marido da mãe, que registrou Ana Beatriz como filha, é suspeito de ajudar a esconder o corpo da jovem.
Depois de ter visto a filha morta, Ana Luiza foi até o carro buscar um cobertor para esconder o cadáver. Durante a reconstituição, uma pequena fogueira foi encontrada nos fundos da casa com várias roupas queimadas e um anel. A polícia acredita que o trio pretendia enterrar a menina dentro da própria casa, ao invés de jogar o corpo na estrada.
Cartas
A polícia encontrou um caderno junto ao corpo da menina, jogado na Rodovia Anchieta.Dentro do caderno estavam duas cartas, uma para Elizabeth e outra para Ana Luíza. Nas cartas a vítima alegava que muitas vezes se sentia excluída em casa, mas também afirmava gostar bastante da mãe e da suposta assassina. Confira os bilhetes:
“Mãe, não sou uma boa filha, mas não estou fazendo essa carta para que você chore ou fique com pena, só quero que saiba que eu te amo muito. Mesmo não acreditando. Sou sua filha, mas às vezes sinto como se fosse uma intrusa nessa família. Mesmo assim te amo e gosto muito de você, da Beth e do Luiz. Desculpa por ser assim tão desobediente, é meu jeito”.
“Beth, sei que tenho te tratado muito mal, mas quero que saiba que não é porque não gosto de você, mas sinto que às vezes sou intrusa. Fico muito sozinha e estressada. Mas eu gosto muito de você e sei que sente saudade das suas filhas”.
Outra hipótese
Apesar da mãe da vítima alegar que o assassinato aconteceu por causa de uma briga familiar, a polícia trabalha com uma outra hipótese. "Nós temos testemunhas protegidas que garantem que o ex-marido dela é traficante e usava a mãe e a adolescente para transportar drogas. A menina teria perdido uma quantidade de entorpecentes, o que motivou uma cobrança dos mais velhos. A mãe e a Elizabeth resolveram se desfazer da criança para compensar a cobrança por parte dos traficantes", explica o delegado.
G1

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