O corpo do lutador de muay thai Ransley Thiago, que morreu no hospital após perder uma luta, foi enterrado, nesta terça-feira (18), no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte. Os familiares da vítima não quiseram falar com a imprensa.
No terceiro e último round, Ransley Thiago caiu no ringue, e o juiz encerrou o combate. Ele foi socorrido por uma equipe médica do evento e levado para um hospital, onde morreu horas depois de dar entrada.
A unidade de saúde não divulgou informações sobre a causa da morte e sobre o que aconteceu com o rapaz. O professor da vitima, Henrique da Silva Lopes, afirmou ao G1 que acompanhou o aluno durante o combate até o hospital.
Segundo ele, em momento algum, Thiago demonstrou motivos para que o combate fosse encerrado. Ele explicou que o homem praticava a arte marcial havia cerca de seis meses e que estava preparado para uma luta desta categoria: “iniciante e estreante”.
“Não tinha porque parar a luta. Normalmente, o que a gente vê quando uma luta para, é porque o adversário não dá nenhum sinal. E ele ainda, até no final da luta, ele estava conseguindo, sem energia, igual ao adversário dele, ele ainda estava conseguindo trocar, o adversário batia, ele batia também”.
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O professor também contou que o filho do rapaz praticava o esporte e acompanhou o combate. Ele ainda lamentou a morte de Ransley Thiago. “Não era só um aluno, o Ransley se tornou um amigo para mim. Igual eu falo, ele era uma linha de frente pra mim na academia. Era um dos alunos mais empolgados na minha aula. Está difícil, ele havia se tornado um amigo. A ficha ainda não caiu até agora, estou sem reação”, disse.
O juiz da competição Cristian Ramos – conhecido como Mestre Shyriu – também afirmou que, apesar do cansaço dos lutadores, não havia razão para encerrar a luta até o momento em que o competidor caiu. “Se tivesse percebido, teria interrompido a luta. Eu estava de olho nos dois. Eu deixei a luta prosseguir porque eu não vi nada anormal. Quando um caiu que não foi por golpe, não foi por nocaute, aí sim eu terminei a luta e chamei o médico na hora”, contou.
De acordo com a organizadora do evento, Rosana Reis, foram realizados 18 combates de muay thai entre atletas amadores. As lutas eram divididas em três rounds de dois minutos, com intervalo de um minuto. Rosana contou que todos os lutadores assinaram um termo de responsabilidade para participar do evento.
Ela ainda destacou que, após o incidente, os combates foram suspensos, até que a ambulância voltasse do hospital, e a organização recebesse notícias sobre a saúde atleta. Com o retorno do socorro, e a informação de que o homem estava no hospital se recuperando, o evento foi retomado, segundo Rosana.
A organizadora ainda afirmou que o incidente aconteceu por volta das 13h, e, às 19h, a organização recebeu uma ligação informando sobre a morte. “Estamos extremamente sensibilizados com o que aconteceu”, afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, no atestado de óbito, não consta a causa da morte do lutador. Segundo a corporação, em 30 dias, o Instituto Médico-Legal (IML) deve divulgar um lado, que apontará os motivos do falecimento.
G1 MINAS
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