segunda-feira, 15 de novembro de 2010

F1 - Herdeiro de Schumacher, Vettel chega ao título com números que superam mestre

A relação entre Sebastian Vettel e Michael Schumacher é algo sem parâmetros na Fórmula 1 atual. Os dois alemães se conhecem há quase duas décadas, desde que o heptacampeão brigava para se afirmar no Mundial e o novo dono do título dava os primeiros passos no kart.

Por isso, o abraço afetuoso de Schumacher e Vettel, no fim do GP de Abu Dhabi, neste domingo, foi mais do que um cumprimento entre dois compatriotas que dividem a mesma paixão pela velocidade. Foi o encontro entre pupilo e mentor. Entre mestre e discípulo.




Os dois foram unidos pelas mãos de Gerhard Noack, um caça-talentos que trabalha até hoje no interior da Alemanha à busca de pilotos de futuro. Foi ele quem descobriu Michael Schumacher e Sebastian Vettel. E, quando Schumacher já estava na Fórmula 1 e ia visitar o velho amigo, aproveitava para assistir as provas de Vettel. Aconselhava, dava dicas ao jovem talento.

Schumacher, nos tempos de Ferrari, com o jovem Vettel
Schumacher, nos tempos de Ferrari, com o jovem Vettel
Crédito da imagem: Arquivo Gerhard Noack
Não é possível medir, em termos objetivos, qual foi a ajuda de Schumacher na carreira de Vettel. De fato, nem é possível afirmar que o heptacampeão teve papel fundamental – Vettel foi, desde a adolescência, adotado pela Red Bull, o que explica a preferência da equipe por ele durante a temporada deste ano.

O que se pode dizer, com base nos números, é que o novo campeão chega ao título com estatísticas melhores do que as de seu maior ídolo. O Vettel que conquistou a Fórmula 1 neste domingo é maior, pelo menos nas listas de recordes, do que o Schumacher que consagrou-se na Austrália, em 1994.

Vettel foi campeão em seu 51º GP disputado na Fórmula 1; até o primeiro título, Schumacher disputou 52 provas – que poderiam ser 54, não fosse uma suspensão por duas provas, em 1994, ano do primeiro título.

No número de vitórias até a primeira conquista, os dois empatam, com dez para cada um. Nas poles, contudo, Vettel deixa seu ídolo muito para trás: 15 a seis. O número baixo de Schumacher se justifica – ele enfrentou Ayrton Senna, o melhor piloto que a Fórmula 1 já viu em treinos classificatórios. Curiosamente, o alemão só conseguiu largar em primeiro depois da morte do tricampeão.
Schumacher e Vettel em Abu Dhabi: mais que um abraço de compatriotas
Schumacher e Vettel em Abu Dhabi: mais que um abraço de compatriotas
Crédito da imagem: Reuters
Um outro dado utilizado para medir o impacto da chegada de um piloto à Fórmula 1 é o tempo de espera até que ele conquiste seus primeiros feitos. E nesse aspecto, Vettel supera Schumacher por uma margem pequena. 

O novo campeão pontuou em sua estreia na categoria – Schumacher, na segunda prova que disputou. A primeira pole de Vettel aconteceu em seu 21º GP; a de Schumacher, só na 42ª corrida. O heptacampeão, contudo, leva vantagem no tempo de espera pela primeira vitória: foram 18 GPs, contra 21 do pupilo.

Nos recordes de precocidade, o piloto da Red Bull supera seu compatriota – e todos os outros pilotos da história da Fórmula 1 – com facilidade. O primeiro título chegou aos 23 anos e 4 meses; o de Schumacher, só aos 25 anos e 10 meses.

Se a comparação se estender à conquista dos primeiros pontos, do primeiro pódio, da primeira pole e vitória, Vettel também dá de goleada. Ele é o recordista em todas essas estatísticas nos 60 anos de história da categoria. Schumacher ocupa a nona colocação no ranking dos mais jovens vencedores e é o quinto entre os campeões.
ESPN
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