segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Operários acatam decisão judicial e encerram greve na obra do Maracanã


Depois de 19 dias, o Maracanã finalmente volta a ter a presença dos operários em seu interior. As obras para modernização do estádio, que abrigará a final da Copa do Mundo de 2014, ficaram paradas pela segunda vez em menos de um mês por conta de uma greve incentivada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp). Mas a decisão judicial, tomada na última sexta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), decretou que o movimento era abusivo e não procedia. Assim, em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, os trabalhadores optaram por acatar a medida e vão retomar as atividades.
Um representante da presidente da República, Dilma Rousseff, esteve na sexta-feira no julgamento na sede do TRT, conversou com as duas partes e interveio no caso para evitar que ninguém saísse insatisfeito. Ele propôs que, independentemente do resultado dos tribunais, houvesse uma nova reunião nesta segunda-feira no estádio. O pool de empresas envolvidas nas obras do estádio recuou e aceitou esse diálogo.

A disputa, no entanto, não terminou. Como o consórcio responsável não quer abrir mão do acordo estabelecido por contrato, um recurso por parte dos advogados do sindicato será registrado nos próximos dias para que um novo julgamento possa rever o caso. Os operários querem o aumento imediato da cesta básica de R$ 160 a R$ 180, reclamam da qualidade dos alimentos e da segurança, entre outros aspectos. Portanto, a volta da greve está sujeita a esta definição.

A sede de Belo Horizonte também sofre com movimentação semelhante no Mineirão. Entre quinta e sexta-feira - data que marcou os mil dias que faltam para o Mundial -, os trabalhadores cruzaram os braços e permaneceram dessa forma durante as festividades oficiais do evento. Alguns receberam a presença da presidente Dilma Rousseff, além de diversos políticos e personalidades. Porém, o ministro do Esporte, Orlando Silva, um dos maiores envolvidos com a organização, defendeu o movimento grevista com responsabilidade, lembrando que tem formação comunista.

Em pesquisa com os sindicatos dos locais que abrigarão jogos do torneio, o GLOBOESPORTE.COM notou que não são muitos os operários insatisfeitos com as condições oferecidas pelas empreiteiras. Justamente em BH e em Manaus, apenas, o índice de reclamação foi muito alto. No restante, tudo tem sido cumprido quase sempre à risca.
GLOBO ESPORTE

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