Quando o ônibus da seleção do Iraque passou pelo portão de entrada do Estádio Franso Hariri, em Erbil, para o último treino antes da estreia pelas Eliminatórias para a Copa de 2014, a recepção parecia a de um campeão mundial. No apertado estacionamento, aproximadamente 400 torcedores cercaram o veículo pulando, tirando fotos, alguns pendurados em postes, na arquibancada de um campo auxiliar e quase todos gritando: "Zico, Zico, Zico". Os jogadores dentro do ônibus ficaram surpresos com a recepção e, por alguns instantes, a delegação ficou em silêncio. Logo depois, já se ouvia os nomes de Nashat e Younis, os dois destaques da seleção, entoados pela torcida. Este é o clima para o jogo desta sexta-feira contra a Jordânia, às 11h (horário de Brasília), e também marca a estreia de Zico no comando da equipe iraquiana seis dias após assumir a seleção.
- Ser treinado por Zico nos deixa confiantes e orgulhosos, pois gostamos muito dele. Em poucos dias, nós já sentimos que algo mudou. Não que os outros treinadores que passaram por aqui sejam ruins, mas Zico é forte, já conseguiu controlar e motivar nosso time. Acreditamos que podemos ganhar os jogos e conquistar a vaga na Copa do Mundo, o que nos levará ao Brasil em 2014 junto com ele – analisou o capitão e maior ídolo da equipe, Younis Mahmoud.
A presença de Zico mudou temporariamente até o cenário político do país, que se divide principalmente entre a maioria de árabes e etnia dos curdos, que administram a cidade de Erbil. Apesar de ter enorme população de árabes, a capital da região autônoma do Curdistão tem setores políticos que divergem da administração central do Iraque, que fica em Bagdá, capital do país. Curdos e árabes estavam misturados na recepção ao time antes do treino e o vice-presidente da Federação Iraquiana, Sharar Haydar, explicou que as etnias vão se unir nesta sexta-feira.
GLOBO ESPORTE
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