Sem fugir do tradicional, os técnicos Ricardo Silva, do Vitória, e Renato Gaúcho, do Bahia, optam pelo esquema 4-4-2 para armar suas equipes no clássico deste domingo, 28, em Pituaçu. Apesar da preferência pela mesma fórmula, dentro de campo a armação dos dois times é totalmente diferente, até pelo material humano que cada comandante tem à disposição.
No Vitória, a falta de um lateral esquerdo de origem, desde que Egídio se contundiu, obriga Ricardo a colocar Rafael Granja improvisado no setor. A mudança, que pode ser desfeita caso Valmir, ainda sem muito ritmo de jogo, atue como titular, sobrecarrega a maioria das jogadas pela lateral direita.
Nesta posição, existem duas boas opções: Nino Paraíba, com o trunfo da velocidade, e Marcos Pimentel, com mais precisão nos cruzamentos e bons chutes de fora da área.
No Bahia, as laterais são uma verdadeira “faca de dois gumes“. Apodi e Ávine têm forte vocação ofensiva, o que pode ajudar no apoio ao ataque, mas em contrapartida deixam enormes espaços nas suas costas, sobrecarregando a defesa. Os dois ainda não atuaram juntos, e Renato não está preferindo arriscar um esquema tão ofensivo logo de início, ainda mais em um clássico.
Caso prevaleça a cautela do comandante, Diego pode ser lançado com a camisa 6, fazendo sua estreia pelo tricolor. Daniel, que vinha sendo titular, nem vai para o banco. Na direita, Apodi está confirmado para estar em campo neste domingo, contra seu ex-clube.
Formação da defesa - Atacantes nos seus tempos de jogador, Ricardo e Renato sofrem no comando de suas equipes justamente com o setor defensivo.
Apesar da equipe de Ricardo Silva só ter levado seis gols neste Baianão, com a dupla Anderson Martins e Wallace – passaram incólumes, inclusive no último Ba-Vi – tomaram um baile do modesto Corinthians de Alagoas pela Copa do Brasil sendo derrotados por 3 a 1.
Até Vanderson, atuando como uma espécie de terceiro homem de defesa, não tem dado a segurança sonhada por Ricardo e o reforço de Uelliton, como volante, tem sido providencial para dar lucidez ao setor defensivo do Vitória.
Na cozinha tricolor, a dupla mais entrosada, Alisson e Nen, que atuou junta no Baiano do ano passado, até o primeiro romper os ligamentos do joelho e ficar fora de toda a temporada, não é a mais utilizada pelo técnico gaúcho. Renato prefere usar Vágner, que as vezes ajuda no ataque (já marcou quatro gols) para compor com Nen.
Na contenção do meio de campo, Marcone forma com Leandro, retornando de contusão, a dupla de volantes.
Ataque - Os homens responsáveis pelo ataque de tricolores e rubro-negros poderiam estar rendendo mais do que vêm oferecendo as suas equipes atualmente.
No rubro-negro, o talento do veterano Ramon Menezes, pelo menos, ainda desequilibra a favor do Leão. Bida está devendo seu bom futebol, ajudando muito pouco na criação das jogadas ofensivas. No ataque propriamente dito, Schwenck e Neto Berola não empolgam o torcedor, que já clama pela entrada de Júnior e Adailton, autores de três gols contra o Ipitanga.
Melhor jogador do Bahia, o habilidoso Rogerinho é dúvida para o clássico. Ainda sente a pancada no jogo contra o Bahia de Feira, no Joia, quando saiu de campo chorando. A melhor opção para a torcida é o garoto Maurício, que demonstra muita objetividade em campo, mas na cabeça de Renato, Ananias e Abedi podem aparecer reforçando o meio de criação.
O ataque tricolor, que é formado por Gral e Edílson, marcou até agora somente quatro gols na temporada. E todos com Gral, devido ao seu estilo brigador. O experiente Edilson, que lamentou não ter jogado o primeiro Ba-Vi, tem a oportunidade de justificar o motivo da sua contratação para a torcida tricolor no clássico.
Serviço
Horário do jogo 17 horas.
Preço dos ingressos - Cadeira: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Arquibancada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).
Horário de abertura dos portões 13 horas.
Torcida do Bahia - Fica acomodada na ala oeste do estádio, abaixo da tribuna de imprensa.
Torcida do Vitória - Fica acomodada na ala leste, a favor do Sol.
Policiamento - O Batalhão de Choque, o Esquadrão da Polícia Montada, o Esquadrão Águia, o Grupamento Aéreo, COPPA, o Batalhão de Apoio Operacional e o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças farão a segurança do clássico. A Rondesp acompanhará a Bamor e a TUI. Batedores acompanham a chegada das delegações de Bahia e Vitória ao estádio.